Portal Terra - Jan. 2012

PISO SOBRE PISO

A técnica permite uma economia de até 30% na mão de obra e é bem prática. No entanto, deve ser evitada em algumas situações para prevenir uma nova reforma no futuro

Quem já passou por uma troca de piso em casa sabe a bagunça que isso causa. Pó, sujeira, deslocar móveis de um lado para outro… Dá um trabalhão, tanto que muitas vezes preferimos adiar o conserto. A boa notícia é que a tarefa pode ser simplificada. Já existe no mercado de construção um tipo de argamassa especial para assentar piso sobre piso. Daí, não é necessário quebrar o chão.

“Uma das vantagens é a economia, que pode chegar a 30%”, diz Renata Coppola, arquiteta de São Paulo. Em média, o profissional contratado para soltar as marretadas cobra de R$ 30 a R$ 35 por metro quadrado. Além disso, esse entulho vai precisar ser despejado em uma caçamba. Seu aluguel sai por volta de R$ 250 a 300 num período de sete dias. Outros dois pontos positivos: com a técnica, não há a necessidade de fazer o contrapiso, pois o chão já existente vai cumprir a função de “base”. O serviço também leva menos tempo para ficar pronto.

Evitar o uso da marreta também tem seus pontos negativos. Ao se assentar o novo piso, sua altura final é maior. Daí a necessidade de cortar uma parte da porta e, em alguns casos, refazer o rodapé (a maioria das empresas de recolhimento de entulho cobra uma taxa a mais pelo gesso). “Dependendo do acabamento do marceneiro, talvez seja necessário pintar a porta. Isso vai custar uns R$ 150”, diz Renata. A boa notícia é que, mesmo assim, o valor ainda é menor se comparado ao custo total da quebra do chão.

Alguns cuidados, no entanto, precisam ser tomados antes de começar a reforma. “O piso deve estar limpo e seco”, conta Cris Negreira, arquiteta do Estúdio On, na capital paulista. A dica permite maior aderência da argamassa e evita as famosas ondulações. Peças soltas ou quebradas devem ser removidas e o espaço preenchido com cimento para nivelar. Importante ressaltar, não se esqueça de preservar a “queda” no piso – aquela leve inclinação que faz a água correr para o ralo.

Embora prático, esse tipo de assentamento só pode ser aplicado em alguns casos. “A técnica vale para azulejos, cerâmicas, porcelanatos, piso cimentício e pedras (de superfície lisa)”, acrescenta Cris. No caso da madeira, a dilatação natural do material pode causar o deslocamento das peças no futuro. Pisos vinílicos ou cimento queimado não possuem boa aderência e devem ser evitados, assim com peças de alto relevo (a argamassa não é regularizadora e criará ondulações no acabamento superior).

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